A quebra do braço boca de lobo (também conhecido como "chifre de veado", "pé de galinha" e "bumerangue") não é incomum. Ela normalmente acontece em veículos com pneus grandes e direção hidráulica.
Em quase sua totalidade, esta quebra acontece em sua maioria com o veículo manobrando ou em trilhas bastante travadas, onde o sistema faz mais esforço. Em altas velocidades, esta quebra na maioria está associada a pancadas mais ou menos violentas.
A troca deste braço não é difícil e pode ser feita em casa com pouca ou (meu caso) nenhuma experiência. Para a troca serão necessárias as seguintes ferramentas:
Chave de boca de 30mm
Chave de boca de 19mm
Saca terminal:
As chaves de boca podem ser substituídas por uma chave catraca ou por um cabo de força T (preferencial para o tamanho 30mm por ter uma alavanca maior, facilitando o trabalho).
Para remover a peça quebrada, basta remover os parafusos que seguram os terminais, encaixar o saca terminal entre o terminal de direção e o braço (como na foto abaixo) e girar o parafuso central.
Isto forçará a peça quebrada a se soltar do terminal, fazendo com que ela saia, sem danificar o terminal. Muitos mecânicos, para ganhar tempo, apenas batem no braço boca de lobo, fazendo com que ele se desprenda do terminal. Esta prática não é recomendada pois pode danificar os terminais de direção, diminuindo sua vida útil ou até inutilizando os mesmos.
O saca que usei para remover 3 dos 4 terminais foi um extrator de terminais universal, que pode ser encontrado facilmente em diversas lojas de ferramentas ou mesmo na internet. Para remover o maior terminal, usei um extrator específico (foto abaixo) que facilitou bastante a tarefa.
Apesar do extrator universal ser bastante prático e funcionar com qualquer tamanho de terminal, para terminais grandes ele acaba não se mostrando tão funcional e dificulta bastante o serviço. Tentei encaixá-lo várias vezes mas ele sempre acabava encaixando torto, o que impossibilita a extração.
Após remover o braço quebrado, deve-se encaixar o braço novo, tomando cuidado para encaixar sempre no maior terminal primeiro. Este terminal maior é fixo no chassi e é responsável pela alavanca que gira os braços de direção. Preferencialmente aplicar graxa no braço antes de encaixá-lo. Isso facilitará o aperto.
Existe uma posição específica para o encaixe do braço. Gire o braço ao longo do terminal até encontrar o encaixe correto (não tem como errar!).
Após o encaixe deste primeiro ponto, coloque a porca que segura o braço (não aperte ainda) e encaixe os outros terminais. Se os outros terminais não estiverem no lugar, ao tentar apertar as porcas, o braço irá girar e você não conseguirá apertar nada.
Considerando que o maior terminal usa uma porta de 30mm, neste ponto é melhor usar uma alavanca T com um soquete, para fazer o aperto. Como esta alavanca é bem mais longa que uma chave de boca, você terá que fazer menos força para apertar!
Lembre-se de não exercer um aperto excessivo para não espanar a rosta da porca!
Depois de encaixar todos os terminais, o serviço estará pronto. Não esqueça de fazer o alinhamento da direção após tudo terminado.
O vídeo abaixo mostra o processo de extração dos terminais usando o saca:
Aproveitando o feriadão de Tiradentes (no RJ o dia 23 é feriado também), fomos eu, minha namorada e uma amiga dela para Carrancas e São Thomé das Letras. Esta foi a viagem inaugural da Maria (minha nova Band longa).
Saímos do RJ as 7:15 da manhã rumo a Carrancas (nosso primeiro destino). Seguimos pela Via Dutra até Volta Redonda e pegamos um desvio para cortar o segundo pedágio (o caminho normal que os carros de passeio fazem é ir por Itamonte-Caxambu-Cruzília-Carrancas). Para cortar caminho fomos seguindo: Rio de Janeiro -> Volta Redonda -> Santa Rita de Jacutinga -> Bom Jardim de Minas -> Andrelândia -> Minduri -> Carrancas. Com este caminho economizamos mais de 100km, porém pegamos alguns trechos de terra. Nada que a Maria não aguente.
A estrada entre Volta Redonda e Bom Jardim de Minas está em asfaltamento e existem muitas máquinas trabalhando. Com isto, é aconselhável manter uma velocidade máxima de 50 ou 60km/h pois logo após a curva pode haver um trator ou uma máquina niveladora. No entanto, este trajeto já foi nivelado e caso não existissem máquinas trabalhando seria possível dirigir a 80km/h sem muitos problemas. Quase não existem buracos.
Após diversas paradas para fotos e algumas entradas erradas, chegamos a Bom Jardim de Minas por volta de 12h. Parei para abastecer e aproveitamos para almoçar. Havíamos levado um pouco de macarrão e lá foi ele matar nossa fome.
Bucho cheio, seguimos em frente para Minduri. Asfalto novo e estrada excelente até esta cidade. No entanto, só até aí mesmo, pois de Minduri até Carrancas são 51km de buraqueira constante! Fiquei com pena da Elaine, que era quem estava no banco traseiro. A Maria saculejava mais que touro bravo! Poeirão o tempo todo por conta da falta de chuvas.
Chegando a Carrancas, fomos direto para o Camping do [nome], onde já havíamos ficado em nossa última estadia. Camping muito bom com uma dona muito receptiva. O preço foi o mesmo: R$8,00/pessoa/noite. Bem razoável para um camping onde pude parar o carro dentro da área de camping, haviam postes com tomadas e luz por toda a extensão e banheiro limpo com água quente.
Como estávamos cansados, resolvemos que neste primeiro dia não iríamos seguir para nenhuma cachoeira, então aproveitamos para arrumar todas as coisas no camping e tomar um belo banho quente. Seguimos depois para procurar um lugar para comer. Vimos diversos restaurantes (alguns caros e outros razoáveis) e decidimos jantar no Roda Viva (ao lado do Banco do Brasil), onde o preço do kg era de R$17,90.
Barriga cheia novamente, fomos caminhar pela cidade para ver se havia algo de interessante para fazer. Por incrível que pareça, a cidade era mais pacata do que eu imaginava e não havia NADA para fazer a não ser ir para os botecos. Como 2 das 3 pessoas que viajaram não bebem, tivemos que improvisar. Voltamos para o camping, pegamos nosso baralho e ficamos jogando Buraco, Tranca e Uno até cansar. Com o cair da noite, o clima esfria bastante na cidade, então é aconselhável levar casacos.
O primeiro ponto de visitação da Expedição dos Sertões, foi o Parque Estadual do Jalapão. Este parque foi criado em 2001 e abrange uma área de quase 150 mil hectares.
A idéia era sair do Rio de Janeiro no dia 26/12/08 logo pela manhã (por volta de 10h, pois minha namorada precisava trabalhar até esta hora) para dirigir apenas durante o dia, porém devido a imprevistos acabamos saindo 12:30, o que fez com que pegássemos um bom trecho a noite. A primeira cidade de parada seria Três Marias (MG), onde dormiríamos para no dia seguinte seguir até Brasília (DF). Após rodar 764km (pegando chuva incessante de Petrópolis em diante), chegamos na cidade em torno de 23h embaixo de uma chuva fraca. Entramos no centro e peguntamos o preço na primeira pousada que paramos: Pousada Paraty (S 18° 12.343' | W 45° 13.647'). O preço era de R$45,00 por casal, mas após uma chorada, conseguimos um desconto de R$5,00. A pousada possuia garagem própria, o que me fez ficar bem mais tranquilo a noite.
No segundo dia, tomamos o café da manhã e seguimos viagem. O destino era a cidade de Brasília, onde pensávamos em acampar no albergue da cidade, porém como chegamos por lá por volta de 15h, resolvemos seguir viagem para ganhar tempo. Acabamos parando na cidade de São João D'aliança (GO) onde, após visitar diversas pousadas, chegamos ao Atos Hotel (S 14° 41.919' | W 47° 31.350'). A pessoa que estava cuidando do hotel nos disse o preço de R$60,00/casal e a primeira coisa que eu disse a minha namorada foi: "Vamos olhar outra pousada?". Ele instantaneamente abaixou o preço para R$50,00. Olhei para minha namorada e perguntei o que ela achava. O cara do hotel, vendo o sinal de negativo, falou na hora: "Eu faço para vocês por R$40,00!". Como este era exatamente o mesmo preço da pousada de Três Marias, acabamos ficando com o descontão.
No dia 28, tomamos café da manhã cedo e seguimos em frente. Havíamos marcado com 2 casais de paulistanos em Ponte Alta do Tocantins, onde formaríamos um comboio para seguir Jalapão a dentro. Percorremos o final do estado de Goiás (passando por Alto Paraíso de Goiás, que seria nosso último ponto de parada) e entramos no Tocantins logo após passar pela cidade de Campos Belos (GO). É inacreditável como neste momento a estrada mudou da água para o vinho. As estradas de Goiás são relativamente precárias, e com muitos buracos, no entanto as estradas de Tocantins são uma maravilha só. Aquilo parece um tapete, onde não se vê buracos (e nem carros). Seguimos através da TO-050 até Natividade (TO), onde abastecemos com o PIORcombustível da viagem. O diesel de lá é tão ruim, que colocamos um pouco em uma garrafa de água, encostamos uma lanterna na garrafa e a luz não chegava ao outro lado. Em Ponte Alta do Tocantins ouvimos relatos de que o próprio pessoal do Rally dos Sertões reclamou muito do diesel deste lugar. Passando de Natividade, chega-se a Chapada da Natividade, onde existem duas opções: 1) Seguir pelo asfalto até Porto Nacional e depois continuar pegando asfalto até Ponte Alta do Tocantins. 2) Pegar uma estrada de terra até Pindorama do Tocantins e seguir até Ponte Alta do Tocantins.
A segunda opção pega cerca de 170km de terra batida até Ponte Alta, enquanto a primeira faz um desvio de mais de 100km, porém pega asfalto direto. Como eu estava em uma Toyota Bandeirante, claro que fui pela terra.
A estrada parece uma montanha russa, com muitas subidas e descidas curtas, onde deve-se transpor alguns córregos no caminho (o mais fundo tinha cerca de 10cm e logo depois que passei, veio um Gol 1000 e passou também). Em todo caso, não foge ao padrão Tocantins de estradas, que é uma estrada boa, com poucos (ou nenhum) buracos e pouquíssimos carros. Ao chegar a Ponte Alta do Tocantins, paramos no posto de abastecimento, para perguntar sobre as pousadas da cidade. Neste momento descobrimos que haviam apenas 3 pousadas na cidade: Águas do Jalapão (R$40/pessoa), Planalto (R$40/pessoa) e Pousada Beira-Rio (R$40/casal). Após descartarmos as duas pousadas mais caras, tentamos chorar um desconto na Pousada Beira-Rio (S 10° 44.451' | W 47° 32.178'). Quem estava tomando conta da pousada era o filho do dono e ao pedirmos um desconto, ele nos ofereceu o preço promocional de R$38,00 (uhuuul! Descontão!). Obviamente continuamos a tentar baixar o preço, porém o máximo que conseguimos foi R$35,00/casal.
A pousada possui café da manhã, porém não oferece garagem, devendo o carro ficar estacionado na rua, logo a frente do estabelecimento. Esta pousada é conjunta a um restaurante, onde jantamos um P.F. razoável. O problema foi quando perguntamos sobre as bebidas. Só tinha cerveja! Como nem eu nem minha namorada bebemos álcool, acabamos jantando a seco nesta noite.
No dia seguinte acordei cedo e fui ver se encontrava o pessoal que vinha de São Paulo para seguir em comboio conosco. A idéia inicial era encontrarmo-nos em Brasília, no albergue da cidade, mas como acabamos não dormindo por lá, fui executar o plano B. Como a cidade tinha apenas 3 lugares para dormir, foi fácil encontrá-los. Após as devidas apresentações (eu não conhecia eles pessoalmente) e tomarmos café da manhã na pousada, fomos para o posto abastecer os carros. Éramos agora 3 carros: uma Toyota Bandeirante (eu e minha namorada), uma Land Rover Defender (Décio e Margareth) e um Chevrolet Tracker (Eduardo e Bruna). Enchi o tanque da Band e peguei mais 60L extra, para ter autonomia até sair do parque. Os outros carros também encheram o tanque, mas não pegaram combustível extra, pois já haviam feito isto anteriormente. Enquanto os paulistanos abasteciam, comecei a bater papo com um motoqueiro (Fernando) que estava no posto. Ele havia vindo de São Paulo sozinho e estava para entrar no parque da mesma maneira (louco), quando sugeri que ele viesse conosco. Ele estava com apenas 4L de gasolina extra (louco²).
Tanques cheios, carros a postos, lá fomos nós para o tão misterioso Jalapão. Ao passar pela entrada, parada para foto (claro).
Eram 15km até a primeira atração, a Cachoeira de Sussuapara. Ao chegarmos vimos a placa indicando a cachoeira, mas claro que a lei de Murphy nos fez entrar para o lado errado. Após andar uns 5 min errado, voltamos e entramos para o lado certo (lado direito da pista). Para chegar a cachoeira, deve-se descer por uma trilha, até um pequeno canyon, onde continua-se pela água. Neste canyon, a água escorre pelas pedras, fazendo com que "chova". No final da trilha, chega-se a uma pequena "caverna", onde a água desce por entre as pedras, formando uma hidromassagem natural. O local onde a água cai faz algo como uma poltrona, onde é possível sentar e aproveitar o fluxo de água (que é relativamente fraco) caindo nas costas. Ficamos aproveitando da cachoeira por cerca de 1h, seguindo depois para o próximo ponto de parada. Seguimos então para a Cachoeira do Lajeado. Segundo o mapa que eu havia recebido por email de um amigo (que pode ser baixado aqui), seriam 17km até a entrada da trilha e mais 2,4km até a cachoeira. O incrível foi que com exatamente 17km apareceu uma saída para uma estrada vicinal de areia. Seguimos pelo caminho por cerca de 3km sem chegar a lugar algum, então decidimos retornar para a estrada principal. Após percorrer mais poucos quilômetros (acho que uns 2km) encontramos a placa de sinalização da cachoeira (é incrível como todas as atrações, até Mateiros, são sinalizadas). No momento que saímos da estrada principal, começou a chover forte. Deixamos as câmeras no carro e seguimos para a cachoeira. Em menos de 2 min a chuva parou (ela durou cerca de 10 min e foram os únicos minutos de chuva que pegamos no parque, mesmo sendo época das chuvas). Sendo assim, voltei para o carro e peguei a câmera para registrar o local.
Esta definitivamente foi uma das melhores atrações do parque. O lugar realmente vale a pena. São diversos degraus de uma pedra vermelha, onde escorre uma água 100% cristalina, onde é possível sentar e aproveitar. A água tem a temperatura ambiente (cerca de 25°C), o que torna o banho mais agradável. Após um tempo aproveitando da cachoeira, seguimos para o próximo ponto de visitação na lista, a Lagoa Azul.
Confesso que eu esperava um pouco mais de um lugar com este nome. A água não é azul de verdade, porém até que proporcionou um banho gostoso. Existe um pequeno povoado ao lado da lagoa e os moradores nos informaram que na época das secas, o nível de água é tão baixo, que as águas devem ficar com cerca de 20cm de profundidade (a lagoa tinha cerca de 4m de profundidade quanto passei por lá). Tentei não me afastar muito da margem, pois existem cobras naquela região. Como já era cerca de 13h, resolvemos parar para comer por alí. Puxamos nossos fogareiros e fizemos aquele miojo básico, sempre aos olhares atentos dos moradores do povoado, que pareciam impressionados com tudo. Barrigas cheias, lá fomos nós para a última atração do dia, a Cachoeira da Velha. Este era o percurso que mais haviam boatos de carros quebrados. Eu havia lido diversos relatos de pneus furados, carters furados, entre outras coisas assustadoras. Fomos então com cautela, para evitar acidentes. Fiquei esperando as pedras pontudas por 30km e elas não apareceram. Nada, nem mesmo umazinha para contar a história. A estrada para a cachoeira da velha é tão boa e bem sinalizada quanto a estrada Ponte Alta-Mateiros. No caminho, encontramos a fazenda que (antigamente) era um grande ponto de plantação de drogas. Ela possui até aeroporto próprio, para poder escoar a produção. Esta fazenda foi desativada no final dos anos 80, quando a polícia federal acabou com a festa.
Chegamos a Cachoeira da Velha eram cerca de 17h, o que fez com que a luminosidade estivesse ótima para as fotos, porém a quantidade de mosquitos era absurda! Eu olhava para o braço e lá estavam 5 deles sugando meu sangue. Eram praticamente só mosquitos borrachudos (bem pequenos e pretos), que a picada dói e coça por semanas. Isto fez com que ficássemos bem pouco tempo aproveitando da vista. A infra-estrutura do lugar está excelente. Construíram uma ponte de madeira, para que os turistas pudessem chegar bem perto da queda. Existem até bancos para que se possa sentar e conversar.
Após algumas fotos desta cachoeira, fomos para o local onde iríamos acampar no primeiro dia, as Prainhas do Rio Novo (S 10° 15.664' | W 46° 53.114'). Estas são pequenas praias que se formam na beira do rio, onde é possível tomar banho e fazer camping selvagem. Ao lado do estacionamento existe um banheiro, porém o feminino virou um grande lixão e o masculino estava trancado. Chegamos pouco antes de o sol se por, e a quantidade de mosquitos era simplesmente insuportável. Nós tínhamos que nos abanar insessantemente para tentar evitar que eles pousassem em nosso corpo. Tentei me esconder deles mergulhando no rio, porém no segundo em que colocava meu rosto para fora da água, já haviam 5 deles pousando. Tentamos 3 tipos de repelentes diferentes e nada, parece que aqueles mosquitos são totalmente imunes a isso. Isso fez com que eu esquecesse completamente das fotos, ficando sem nenhum registro do acampamento. Após escurecer, fizemos uma fogueira e cozinhamos nossa janta. Eu comi uma salsicha enlatada que havia levado, o que me fez ter uma infecção intestinal por 4 dias seguidos, fazendo com que não visitasse diversas atrações. O Décio tinha um fogareiro que funcionava com praticamente qualquer coisa inflamável e fizemos um feijão com a ajuda dele. Foi nesta hora que descobrimos quão ruim era o diesel de Natividade. O pessoal de SP havia pego diesel extra nesta cidade, e quando pegamos um pouco para botar no fogareiro, vimos que sua cor era extremamente preta. Nesta noite fizemos o teste da lanterna, onde descobrimos que nem a luz conseguia atravessar aquele combustível (coitados de nossos motores). No dia seguinte, notamos que havia uma fuligem preta no escapamento de todos os 3 carros e que estavam todos fumaçando bastante.
Durante a noite, o clima é relativamente agradável. Pela proximidade com o rio, não faz muito calor no acampamento. Levantamos acampamento relativamente tarde (cerca de 9h) e seguimos para a primeira atração do dia: as tão famosas Dunas do Jalapão.
Voltamos os 30km até a estrada principal, para então seguir até as dunas. O preço de entrada é de R$5,00/pessoa e deve-se percorrer 5km de areia fofa até chegar ao estacionamento. Neste ponto, deixa-se o carro e segue a pé. Na entrada fica uma casinha, onde mora uma senhora simpática, de quem não lembro o nome. Ela cuidava de um papagaio muito engraçado, de nome "Loro", que falava de tudo. Quando a moça pediu para ele falar, ele respondeu de prontidão: "Louro cheiroso!" Como haviam passado alguns norte-americanos por ali há menos de 1 mês, para a gravação do programa Survivor, o papagaio até inglês falava. Após tomarmos uma água e uns refrigerantes, seguimos para as dunas. Já era mais de meio-dia e o sol castigava bastante. Confesso que este foi o único lugar do parque, que carro de passeio não chega. A areia é bem fofa e trava o carro bastante. Nada que qualquer 4x4 não de conta. As dunas são rodeadas por um rio de água cristalina (e quente), com cerca de 5cm de profundidade, onde é possível tomar banho. Em alguns lugares do rio, a profundidade aumenta para cerca de 20cm e se puxarmos a areia do fundo, dá para sentir que ela é gelada. Ficamos aproveitando do local por algumas horas. Quando voltamos a entrada, já era quase 16h e acabamos não visitando mais nada neste dia, pois todas as outras atrações eram depois de Mateiros. Seguimos então até a cidade de Mateiros, onde o Décio, o Eduardo e o Fernando pararam para abastecer. Eu não precisava abastecer, pois estava com 60L extra no carro. O combustível em Mateiros é de qualidade razoável, mas é extremamente caro. Um litro de diesel custava R$2,61 (em Ponte Alta era R$2,20) e o litro de gasolina custava R$3,32 (não sei ao certo quanto custava em Ponte Alta, mas creio que girava em torno de R$2,70). Fomos então procurar por pousada. Cada um foi para um lado, para ver o preço das 5 pousadas da cidade (que possuia 1.600 habitantes). A mais barata de todas era a Pousada Cardoso (S 10° 32.827' | W 46° 25.237'), que cobrava R$25,00/pessoa. Após muita choradeira, conseguimos abaixar o preço para R$16,00/pessoa, pois éramos um grupo de 7. O problema é que o resto do grupo desistiu da pousada e ficamos apenas eu e minha namorada, para negociar o preço. Como o dono estava bastante bêbado, mudamos nossa tática e começamos a negociar o preço por casal, ao invés de por pessoa. Ele disse que faria por R$40,00 o casal, mas no final conseguimos baixar este preço para R$35,00 (quase a mesma coisa que antes do resto do grupo desistir). Levamos nossas malas para o quarto e comecei a ter febre e tonteira por causa da falta de comida e da infecção. Acabei não saíndo nem para comer, sendo que só jantei pelo fato de minha namorada trazer um pouco de comida para mim. No dia seguinte, tomamos café da manhã e (as 8h da manhã) o dono já estava bêbado. Quando pegou nosso dinheiro, foi imediatamente de volta para o bar.
Nos encontramos com o resto do grupo e seguimos para o primeiro ponto de visitação do dia: O Fervedouro do Soninho. Este é definitivamente um dos lugares dentro do parque que não tem como não visitar. A taxa de visitação é de R$5,00/pessoa e é permitida a entrada de apenas 6 pessoas por vez, para que haja uma preservação do local. O fervedouro é uma nascente de água, onde não é possível afundar. O fundo é de areia bem clara e no meio existe um buraco grande, de onde a água brota e te joga para cima. Ao entrar no fervedouro, tem-se a sensação de que é uma areia movediça. O corpo vai afundando até o joelho, quando para suas pernas ficam presas. Caso a pessoa siga até o meio, ela cai abruptamente até a água alcançar a altura do peito. A partir deste nível, não tem como mais afundar, pois o fluxo de água te empurra para cima, causando um efeito indescritível. Os pés ficam soltos, mas o corpo não afunda mesmo que a pessoa tente nadar para baixo. Eu me joguei de um local alto, para ver até onde conseguia afundar, mas mesmo assim só consegui descer até o nível do pescoço. Ficamos aproveitando desta atração por muito tempo. Não dá vontade de sair nunca de lá de dentro. Acabamos sendo "expulsos" por um outro grupo que chegou. Como éramos um grupo de 7 pessoas, ultrapassávamos o limite do local, impedindo que qualquer outra pessoa entrasse conosco.
No caminho para o estacionamento do fervedouro (os carros ficam a cerca de 500m de distância) parei para tirar foto de uma coisa que me impressionou bastante no Jalapão, um gafanhoto. Estes bichos estão por toda parte e são enormes! Existem alguns que chegam a ter 20cm de comprimento. Tive que registrar...
Seguimos então para o próximo ponto de visitação: O Povoado do Mumbuca. Este povoado possui pouco menos de 200 habitantes e é o lugar onde começou o artesanato de capim dourado, há cerca de 70 ou 80 anos. Ele começou com a chegada de escravos fugidos dos quilombos da Bahia, que misturaram-se aos índios. O artesanato é mundialmente famoso e extremamente bonito. Os moradores recebem os visitantes de forma calorosa e juntam-se para cantar para os visitantes. Duas destas músicas podem ser vistas no vídeo abaixo, que fiz durante nossa visitação.
Saíndo do Povoado, seguimos para a última atração de nossa visitação, a Cachoeira da Formiga. Este é outro atrativo que não pode ser evitado. Trata-se de uma cachoeira de água verde esmeralda, que forma um poço de cerca de 2,5m de profundidade. A água também tem temperatura ambiente, tornando o banho bastante agradável. A entrada custa R$5,00/pessoa e existe um camping ao lado da cachoeira, que custa R$10,00/pessoa. Levar máscara de mergulho e snorkel é bastante recomendável, pois possibilita ver o fundo do poço, assim como os peixes que nadam ao redor dos visitantes. Estes peixes acreditam que os banhistas são comida e, caso a pessoa fique parada, vêm beliscar os braços e pernas causando uma sensação de cócegas. O caminho para esta cachoeira é arenoso e quando passei por lá, pensei: "Aqui sim, só 4x4 passa". Foi então que mais uma vez, me surpreendi vendo um Ford Fiesta desbravando as areias e passando sem quase problemas.
Ao saírmos da cachoeira, o grupo se separou. Eu e minha namorada seguimos para São Félix do Tocantins, para terminar a volta ao parque, enquanto o resto do grupo voltou para Mateiros. No caminho para São Félix, a estrada já piorou bastante. Havia muitos buracos e em alguns treixos, tive que andar de primeira ou segunda marcha, para que o carro não ficasse pulando muito. Chegamos em São Félix do Tocantins no final da tarde, e fomos procurar uma pousada para dormir. Era dia 31/12 e vimos uma coisa bastante intrigante, mas bem típica de uma cidade de 1400 habitantes. A prefeitura havia montado uma tenda na praça principal da cidade, com uma televisão e diversas cadeiras e lá os moradores comemorariam o reveillon assitindo aos fogos pela TV. Como eu ainda estava passando mal por culpa da infecção, passamos a virada do ano dormindo. Em São Félix do Tocantins existe apenas um posto de abastecimento, porém não havia combustível por lá. Conversando com uma família que estava hospedada na mesma pousada que nós, descobrimos que os moradores vendem gasolina e diesel guardadas em galões, sendo que o litro de gasolina custa R$3,50 (lembrando que no RJ encontra-se gasolina a R$2,49/L). A pousada que ficamos hospedados se chama Pousada Capim Dourado (S 10° 09.663' | W 46° 40.025') e custa R$40,00/casal o quarto com ventilador e R$60,00/casal o quarto com ar condicionado. Tentamos chorar o preço, mas a dona era quase irredutível. Conseguimos então pagar R$30,00 dispensando o café da manhã. Perto de São Félix do Tocantins (cerca de 5 min andando) existe o Fervedouro do Alecrim. A entrada também custa R$5,00/pessoa, mas acabamos não visitando esta atração, por culpa de eu estar ainda passando mal.
No dia seguinte, saímos cedo da pousada, para seguir rumo ao Maranhão. A estrada de São Félix do Tocantins até Novo Acordo é uma tristeza completa. São 167km de puro buraco, onde o carro pula bastante e existem algumas subidas e decidas com erosões no solo. Não é nada intransponível, tanto que a família que estava na mesma pousada que a gente em São Félix, havia passado com um Polo, mas um carro de passeio vai sofrer bastante neste pedaço caso o motorista não seja cauteloso. Chegando em Novo Acordo, acabam as estradas de terra e é asfalto direto até Palmas.
Como preparação para a Expedição dos Sertões, que acontecerá em Janeiro de 2009, marquei com uns amigos para ir brincar no Buraco da Aeronáutica.
Muito planejamento, tudo certo e no dia anterior à noite, um dos participantes me ligou avisando que não iria. Provavelmente foi nesta hora que a urucubaca começou. Eram 8 carros confirmados na brincadeira, mesmo com a desistência do Tiago, ainda seria um grupo grande.
Acordei cedo e lá fui eu pegar minha amiga, mas para variar, me atrasei e no horário que deveria estar chegando no primeiro ponto de encontro (Posto BR da Pça. da Bandeira) eu ainda estava em Laranjeiras. Liguei para um amigo que ia nos encontrar em Maricá (pois não tinha o telefone de ninguém que estaria na Pça. da Bandeira), e pedi para ele avisar para todos se encontrarem no segundo ponto de encontro (Habib's do Fonseca). Segui assim direto para Niterói, parando apenas para abastecer. Quando cheguei lá, encontrei mais 2 carros que iriam participar da trilha, umCJ5e outra Bandeirante. Achamos estranho o fato de ninguém mais ter aparecido ainda e após uma nova ligação, descobrimos que eles todos haviam ido direto para Maricá. Seguimos então para Itaipuaçú em comboio e, no meio do caminho, recebo uma ligação avisando que todos os outros integrantes haviam desistido de ir para o Buraco da Aeronáutica e estavam rumando para a Trilha de Tomascar. Pelo visto estávamos sozinhos nessa. O Marcos (uma das pessoas que iria nos encontrar em Maricá) juntou-se ao nosso grupo no Trevo de Itaipuaçú. Seguimos então para a praia e lá fomos nós brincar na areia.
Muitos buracos na pista que beira a praia de Itaipuaçú e uma parada rápida para pegar um dos integrantes do Jeep Clube Maricá.
Esvaziamos os pneus para evitar atolar, e lá fomos nós para as dunas.
A primeira duna não criou muitos desafios para os jipes. Ficamos brincando um pouco de subir a duna.
Seguimos então para o Buraco da Aeronáutica propriamente dito (até agora ainda estávamos a caminho). Pegamos uma estradinha de terra que passa por trás das dunas de Itaipuaçú e no meio do caminho encontramos uma poça gigante de lama.
Como todo jipeiro não consegue ver uma poça que quer jogar o carro nela, lá foi o Marcos se enfiar até o capô de lama. Com um pouco de dificuldade, ele acabou conseguindo sair de lá sozinho.
Depois foi a vez de o Santoro tentar. Nesta hora começaram os problemas. Como a poça era muito funda, entrou lama em todos os lugares do motor dele, que apagou e não ligou mais. Tive que puxá-lo para fora da poça usando a cinta do Marcos.
Nessa, o Juvenal foi tentar passar pela poça também. Ledo engano. Ele com pneus de asfalto e com um carro de quase 2 toneladas, era quase certeza absoluta que ele não iria a lugar algum. E mais uma vez tive que ir ao resgate.
Tentei puxá-lo com a cinta do Marcos, porém prenderam-na em um dos meus pontos de ancoragem do para-choque, que foi prontamente arrancado, abrindo um buraco enorme e quase arrancando o para-choque fora. Depois disso fiquei com medo de tentar puxá-lo com a cinta novamente. Virei o carro e puxei com o guincho.
O carro do Santoro não dava nem sinais de querer ligar e agora o carro do Marcos estava acendendo a luz de óleo, que também indicava problemas. Acabamos rebocando ambos os carros para um posto na Rodovia Amaral Peixoto e tentamos por diversas vezes ver qual era o problema. No final a TR4 e o CJ5 chamaram os reboques de suas respectivas seguradoras e voltaram para casa no guincho.
Resultado final:
Areia - apenas a primeira duna TR4 - problema na bomba de óleo CJ5 - correia dentada do motor pulou 2 dentes Bandeirante 1 - para-choque furado e entortado Bandeirante 2 - sem prejuísos
Ontem ocorreu a sétima edição da Trilha do Brinquedo, organizada pelos integrantes do Jipe Clube de Barra Mansa, para presentear as crianças da comunidade rural de Antônio Rocha, em Rio Claro (RJ).
A concentração começou as 9:00 AM no campo de futebol de Antônio Rocha. Ao todo eram 37 viaturas. O pessoal foi aos poucos se integrando e se conhecendo. Havia uma tenda recolhendo as doações e vendendo camisetas/adesivos do evento. Algumas "zequinhas" pintavam as crianças, animando a festa.
Nesta hora conheci os organizadores do envento: Aurélio (Presidente do Jipe Clube de Barra Mansa) e Borracha (Organizador de eventos do Jipe Clube de Barra Mansa). Ambos muito simpáticos e reptivos, além de muito animados.
Por volta de 10:30 AM, começou uma palestra sobre higiene oral, para as crianças da comunidade. Várias crianças sentadas no chão vidradas na apresentação (muito boa por sinal) feita pelo Dr. Luiz Ricardo (que também era jipeiro). Foi feita uma palestra de cerca de meia hora, esclarecendo coisas sobre a dentição, como escovar os dentes, como usar o fio dental, entre outras.
Logo após a palestra, as crianças começaram a se reunir em fila, para receber os brinquedos. Nesta hora o galpão virou uma bagunça com a criançada em alvoroço para receber os brinquedos. Contribuiu também para animar ainda mais a criançada a presença doBib, aquele boneco gordinho da Michelin, que fez um sucesso danado e ainda ajudou na distribuição dos brinquedos. Foram distribuídos doces para as crianças também, claro que sempre lembrando da importância de escovar os dentes após comer doces.
Logo após a festa, fomos para a trilha. O comboio seguiu para o passeio passando pela Fazenda das Marrecas, Cafarnaum (com a transposição dos Três Rios) e retornando de Rancho Grande, pelo asfalto. Pouca dificuldade, alguma lama e muita diversão. No final a festa terminou em um caprichado churrasco no Rancho dos Amigos. Claro que jipeiro que é jipeiro sempre arruma um barro para brincar. Foi nesta bagunça que atolaram 2 viaturas no quintal do rancho. Nada que um trabalho em equipe, umas cintas e uns guinchos não dessem conta.
O nome do post já dá uma noção clara do que aconteceu na trilha. Muita MERDA!
O primeiro ponto de encontro estava marcado para o Posto BR de São Gonçalo as 8:30 AM porém apenas eu cheguei no horário. Após os atrasados juntaren-se, saímos em comboio para o segundo ponto de encontro, Queijaria Estilo Rural.
Após um breve bate-papo e alguns sanduíches na barriga, seguimos para a trilha. Tudo tranquilo até a entrada da trilha, quando o Defender do Albino apresentou problemas na embreagem. Tivemos que empurrá-lo até uma sombra, para que ele pudesse realizar os reparos necessários para seguir a trilha. Muitas horas depois, seguimos deixando o Defender, um Samurai e uma Pajero para trás.
Logo no primeiro obstáculo (um rio em formato de vala) paramos para analisar a melhor maneira de tentar atravessá-lo. Eu fui primeiro a tentar superá-lo e nada. O fundo colava na lama e a Band nada de subir do outro lado. Foram 1, 2, 3, 15 tentativas sem sucesso. Perdemos tanto tempo neste lugar que foi suficiente para que o resto do grupo (que havia ficado esperando os reparos do Defender) nos alcançasse. Até que resolvemos mudar a tática. Deixamos um dos Samurais passar e com ele lá em cima guincharíamos os outros carros para fora do rio. Esta solução acabou funcionando. O Samurai do Michel (primeiro a passar) também teve de ser guinchado, mas conseguiu subir.
Depois de ultrapassado este primeiro obstáculo, seguimos em frente para simplesmente encontrar 2 atoleiros piores! O segundo atoleiro era mais um rio, que se mostrou quase intransponível. O Troller do Tomé (que havia seguido a trilha sozinho, na frente do grupo) conseguiu passar neste segundo atoleiro após 45 minutos de guincho, porém ficou preso em um terceiro atoleiro, 15m na frente. O Samurai do Michel conseguiu também passar, após um bom tempo de guincho. Neste momento já eram umas 4:30 PM, o que fez com que o grupo todo resolvesse voltar e desistir da trilha.
Este fim de semana fui a Cachoeiras de Macacu para o aniversário do primo de minha namorada e como ele é (era) jipeiro, me apresentou a uma trilha por lá. Entramos na trilha logo após segui alguns metros, vimos que não teríamos condições de seguir em frente sozinhos, pois a trilha começou a ficar bem difícil. Vim a descobrir depois, no forum 4x4 Brasil, que o nome desta trilha é Trilha do Cocô e que ela realmente é de nível médio/difícil.
Abaixo uma compilação do (pequeno) pedaço da trilha que percorri.